Nossa atual “sociedade de orgasmos imediatos” é a mais nova forma de opressão mascarada de divertimento. Hoje todos têm que ter a roupa da moda, o celular com tantas utilidades que dá inveja ao cinto do Batman, fazer as coisas mais radicais, ter experimentado todos tipos de drogas, acessar a internet até sentado no vaso do banheiro e, ainda por cima (porque por baixo ninguém quer ficar) ser inteligente, o que significa ter psoríase se você falar frases como “eu não tenho opinião formada sobre isso.”, “não, eu não sei.” ou qualquer outra expressão similar.
Preste atenção: se você nunca leu nenhum filósofo grego (ou mesmo se nunca leu nenhum filósofo) deve ficar quieto. Se mesmo assim perguntarem sua opinião, diga que não estava prestando atenção na conversa. Se insistirem, se atire da janela.
Mas os orgasmos imediatos. Bem, porque todo este mundo de imperativos? “Compre”, “Dolby Surround 7.1”, “com MP3 player, acesso à internet...”. Você deve ter todos. Não há tempo para pensar. Compre sem pensar. Pule também de pára-quedas, vá as novas festas de óculos escuros à noite onde se toma todos os tipos de pílulas pra aproveitar melhor, faça a nova ginástica que todos fazem porque queima mais calorias. Não tem coisa melhor que se alienar fazendo aquilo que não gosta, mas que todo mundo faz. Afinal de contas isso é mais importante.
Os objetos, modas, drogas, tudo vai trazer a felicidade, é aquilo que faltava na sua vida. Claro que não vivemos sem objetos, objetos de desejo, mas a busca a essas “miragens” que vão suprir todas as faltas virou obsessão. As pessoas não suportam renunciar, se contentar – este não é o discurso do “sou pobre, mas sou limpinho” – e quando passa o tesão pelo novo brinquedo, pela nova “onda”, compram outro computador, uma nova camisa.
Nem vem que não tem. Não vou terminar este post com “Hai que endurecer, pero sin perder la ternura, jamás!”, porque dá pra ver o Ratinho com senso critíco.
Reacionário né? Mas continuo com a mesma opinião.
Lucas Fabbrin