eScala
Grades ou Degraus? As duas coisas.
À medida que andava, degraus ia subindo, portas iam se abrindo. Cada passo o fazia recordar de um ano da sua vida. Logo no início percebeu que faltariam anos para preencher os passos. Teve a idéia de pensar nos anos seguintes. Imaginava, planejava o que faria ano após ano. Sonhos lhe percorriam a alma, tomando-lhe por inteiro. “Vitória...” – pensava.
Os pensamentos lhe desviavam da escala que havia criado com o objetivo de repensar tudo o que acontecera. Havia feito isso durante tanto tempo, porque continuar? Talvez tivesse criado esse hábito, “e nossos hábitos são nós mesmos.”. Hábito, habito.
Reparou na simetria dos azulejos na parede. Invejou e ao mesmo tempo rejeitou tal organização para sua vida. Seria impossível viver de forma tão organizada. Se perderia, mesmo que não tenha ainda se encontrado. Isso nunca o tinha preocupado, ou talvez apenas na época de menino. Sabia que a vida era uma eterna corrida, separação, desencontro daquilo que não se é. Uma busca àquilo que nos circunscreve. Achou boa a metáfora, mesmo sabendo que infinitas outras seriam possíveis.
“Tchau, nos vemos por aí.”. Na verdade não queria vê-lo nunca mais. Não que sentisse raiva, mas temor, ojeriza àquilo que ele representava.
Voltou à escala ao perceber que ela acabara. Não lhe faria falta.
Bem vindo.
Lucas Fabbrin
À medida que andava, degraus ia subindo, portas iam se abrindo. Cada passo o fazia recordar de um ano da sua vida. Logo no início percebeu que faltariam anos para preencher os passos. Teve a idéia de pensar nos anos seguintes. Imaginava, planejava o que faria ano após ano. Sonhos lhe percorriam a alma, tomando-lhe por inteiro. “Vitória...” – pensava.
Os pensamentos lhe desviavam da escala que havia criado com o objetivo de repensar tudo o que acontecera. Havia feito isso durante tanto tempo, porque continuar? Talvez tivesse criado esse hábito, “e nossos hábitos são nós mesmos.”. Hábito, habito.
Reparou na simetria dos azulejos na parede. Invejou e ao mesmo tempo rejeitou tal organização para sua vida. Seria impossível viver de forma tão organizada. Se perderia, mesmo que não tenha ainda se encontrado. Isso nunca o tinha preocupado, ou talvez apenas na época de menino. Sabia que a vida era uma eterna corrida, separação, desencontro daquilo que não se é. Uma busca àquilo que nos circunscreve. Achou boa a metáfora, mesmo sabendo que infinitas outras seriam possíveis.
“Tchau, nos vemos por aí.”. Na verdade não queria vê-lo nunca mais. Não que sentisse raiva, mas temor, ojeriza àquilo que ele representava.
Voltou à escala ao perceber que ela acabara. Não lhe faria falta.
Bem vindo.
Lucas Fabbrin


0 Comments:
Postar um comentário
<< Home