sexta-feira, outubro 28, 2005

Calvin & Hobbes


Os olhares eram de surpresa, apreensão, alguns de uma certa indignação misturada a uma raiva. Mas ele não hesitou e seguiu em frente. Avançou entre as mesas do bar. A primeira à esquerda foi fácil. Os dois já haviam caído após duas garrafas de bourbon.

Mas sua presença era imponente. Demonstrava força e confiança. O vira-lata que latira ao vê-lo passar pelas portas vai-e-vem, neste momento abaixou as orelhas, enfiando-se debaixo da mesa do dono. Os de sombreiro que dormiam na entrada do bar já haviam sentido o odor da morte e esconderam-se no bar em frente. Sempre com um olho na janela para ver tudo o que aconteceria nos próximos minutos. O perigo era iminente.

A mesa à direita ficou calada. Um deles pensou em correr. Desistiu da idéia ao dar-se conta de que poderia ser alvejado pelas costas. Outro pensou em chamar o xerife, mas também tinha contas a acertar com o braço da lei. De qualquer forma, até o representante da ordem tremeria ao saber da presença daquele que todos temiam.

Seu olhar era frio, congelante, para ser mais preciso. Mudava apenas ao focalizar donzelas como a que estava em pé ao lado do pilar. Um rapaz ao fundo pensou em reagir, tomar uma iniciativa, ir à frente antes dele. Bastou seu olhar e a mão no coldre para refrear o ímpeto do rapaz.

À medida que se aproximava do bar, a tensão aumentava. Dois ou três fugiram após ele passar pelas mesas. O resto não conseguira. Atiraria de súbito? Ou tomaria um drink antes? O silêncio paradoxalmente gritava aquilo que fazia todos estremecer. Faltavam poucos passos até o balcão. O tísico atirado ao canto do salão já não tossia nem cuspia. Parecia que a tensão paralisava o tempo, como naqueles cartazes de “procurado”. Um passo a mais. O senhor do banco, que fazia uma pausa no trabalho, não teve tempo de ir ao banheiro. Outro passo. Respirações mais ofegantes e os tambores de suas pistolas já quentes de antemão. Parou na frente do dono do bar, que, à beira do balcão, esperava sobreviver. Quase todos já haviam pedido perdão pelos seus pecados. A batida com o punho no balcão, como um martelo de juiz, anunciou a sentença de todos.

“O tio, dá um toddynho e um xis-beico...”

Lucas Fabbrin

3 Comments:

At 7:06 PM, Anonymous Anônimo said...

Lucas, queridissimo,
passei só pra dizer que to com muita saudade, que tants vezes te queria aqui companhando momentos especiais comigo...
hoje mesmo comparei aquele teu mes de vida chez antonio com a vida da minha cunhada chez mon frere, hahaha
beijão!

 
At 2:24 PM, Anonymous Anônimo said...

é, eu tb, ja to cansada!
atualização já!

 
At 2:16 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi!
Te achei aqui porque estou afim de trocar informações com a galera que está em outros países, fazendo intercâmbio
e que gosta de viajar. =]
Eu baixei esse programa do Terra que dá pra fazer ligações pro exterior
com os créditos que estão de graça!
Então se tu quiser baixar, tu pode ligar pros teus amigos do Brasil
também!
O link é esse:

http://voip.terra.com.br/html/download.htm

Depois tu me conta o que achou!
E se tu puder entrar no meu blog, ficarei feliz=]

=*beijos!

 

Postar um comentário

<< Home